terça-feira, 6 de abril de 2010

Hoje em dia rimo-nos

"Pela decisão dos anjos e julgamento dos santos, excomungamos, expulsamos, execramos e maldizemos Baruch de Espinosa... Maldito seja de dia e maldito seja de noite; maldito seja quando se deita e maldito seja quando se levanta; maldito seja quando sai, maldito seja quando regressa... Ordenamos que ninguém mantenha com ele comunicação oral ou escrita, que ninguém lhe preste favor algum, que ninguém permaneça com ele sob o mesmo tecto ou a menos de quatro jardas, que ninguém leia algo escrito ou transcrito por ele."

Parte do documento de excomunhão de Baruch de Espinosa (1632 - 1677) da comunidade judaica de Amsterdão, emitido em 27 de julho de 1656

Foram-lhe oferecidos cargos dos mais variados, desde professor nas universidades mais importantes e até mesmo ministro, ele recusou para evitar que o trabalho dele fosse influenciado por outros. Luís XIV ainda lhe ofereceu uma pensão na condição dele lhe dedicar uma obra. Espinoza recusou também.
O professor de Espinoza, Franciscus van den Enden foi enforcado em 1674, acusado de conspirar contra Luís XIV. Três anos depois, Espinoza morre pobre e tuberculoso.

Pior ainda, foi para o filósofo português Uriel da Costa (1585 – 1640), outro judeu que, por ter posto em causa as interpretações do velho testamento feitas pelos rabis e ter posto em causa a imortalidade da alma, foi também excomungado, condenado a levar 39 chicotadas na sinagoga portuguesa e banido da sociedade, vivendo os últimos sete anos da sua vida abandonado pelos amigos e família até se suicidar com um tiro na cabeça.

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