sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

A revolta silenciosa da pequena-burguesia

Já não há ricos nem pobres. Se tirassem dinheiro a um rico, ele podia aprender a ser pobre. Se dessem dinheiro a um pobre, ele talvez aprendesse a ser rico. Mas quer dêem ou tirem dinheiro a um pequeno-burguês, ele não aprenderá a ser nada. Falo daqueles inocentes que "só querem a sua estabilidade".

Eu gostava de ser rico para pagar a pessoas para se preocuparem com as minhas coisas. Mas não sendo rico preferia, sinceramente, não ter coisas para preocupar. Agora esta felicidade entalada de andar a preocupar-me quotidianamente em manter as "pequenas" e "médias" coisas, um ipodezito, uma televisão actualizada na tecnologia mais uma puta dum pc que esteja actualizado e compatível com a puta do software da puta do trabalho ou da puta da universidade pa poder ganhar o privilégio de ganhar "pequenas" e "médias" quantias de dinheiro para poder ter pequenas e médias coisas e passar a puta da vida a pensar como mantê-las ou renová-las e encenar para mim mesmo que não ando a perder tempo.

Só se poupa dinheiro para as férias, como se fizesse diferença apanhar sol em lisboa ou no algarve. E como se fosse preciso muito dinheiro pa pegar num calhambeque e ir dar uma volta a um sítio em portugal onde não haja seres humanos em demasia, espairecer e voltar para casa, que no caso de quem viva sozinho mais não precisa de ser que um T0 porque a casa não serve para viver, serve pa lá dormir, digo eu (va lá, comer e tomar banho, se bem que as cantinas e os balneários públicos saem mais baratos).

Mas já não há ricos nem pobres. Os pobres que havia querem ter as mesmas imagens de marca, a mesma mediocridade registada e os sinais exteriores de "riquezazinha" em vez de pouparem o pouco que têm. Salvo raras excepções (que aplaudo), os pobres que não tentam subir o pequeno e médio degrauzinho é porque nem pobres são, são miseráveis. Os ricos, os que têm dinheiro para ter coisas sem se preocupar, ou têm suficiente para esbanjar durante a vida (e cagar pós filhos, naturalmente) ou então se não têm suficiente "investem" no imobiliário ou em merdas que não irão dar em nada e que irão ser enrabadas pelos que se tornaram mais ricos e que passaram a deixar de ser ricos para passarem a ser os milionários que chupam isto tudo à custa de impingirem as tais pequenas e médias coisas à massa pequena-burguesia onde já se encontram os antigos pobres, ricos e eu que sou estúpido comá merda. Mas viva a social-democracia que todos nós temos de ir comprando umas coisinhas, senão a economia não anda pá frente, se não formos todos, com alguma equidade, comprando as merdas que os empresários assumiram que nós queremos o país afunda-se, fdx, quem nos tira deste filme?...

Se tivesse muito dinheiro andava a esbanjá-lo ou a aplicá-lo algures. Andava num mercedes mas se não sou rico não vou andar a fazer um leasing, fdx, que puta de estupidez de vida. Que se fodam todos.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Soneto quadrado

Venho aqui por este meio
Abrir palco ás hostilidades
Venho falar de mulheres
Pr'acabar com meias-verdades

O que eu sempre quis foi domínio
E não desejos encravados
Mulheres várias e não uma
Com seus abismos encantados

Porque ao homem cabe amar
E não cabe ser amado
Mas se o for que não o seja
Porque o tenha procurado

Não trago a esperança de ser
Por muitos bem recebido
Mas como homens há poucos
Tal não faz senão sentido

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

I would rather be ashes than dust !

I would rather be ashes than dust!
I would rather that my spark should burn out
in a brilliant blaze than it should be stifled by dry-rot.
I would rather be a superb meteor, every atom
of me in magnificent glow, than a sleepy and permanent planet.
The function of man is to live, not to exist.
I shall not waste my days trying to prolong them.
I shall use my time.

Jack London

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Ninguém bate os jornalistas

-"Depois de algum tempo, a água corrente foi instalada no cemitério, para satisfação dos habitantes."

-"Esta nova terapia traz esperanças a todos aqueles que morrem de cancro a cada ano."

-"Os sete artistas em campo compõem um trio de talento."

-"A vítima foi estrangulada a golpes de facão."

-"Um surdo-mudo foi morto por um mal-entendido."

-"Os nossos leitores nos desculparão por este erro indesculpável."

-"Há muitos redactores que, para quem veio do nada, são muito fiéis às suas origens."

-"No corredor do hospital psiquiátrico, os doentes corriam como loucos."

-"Ela contraiu a doença na época em que ainda estava viva."

-"A conferência sobre a prisão de ventre foi seguida de um farto almoço."

-"O acidente provocou uma forte comoção em toda a região, onde o veículo era bem conhecido."

-"O aumento do desemprgo foi de 0% em Novembro."

-"O cabrito-montês ficou morto na estrada durante alguns instantes."

-"As circunstancias da morte do chefe de iluminação permanecem rigorosamente obscuras."

-"O presidente de honra é um jovem septuagenário de 81 anos."

-"À chegada da polícia, o cadáver encontrava-se rigorosamente imóvel."

-"Parece que ela foi morta pelo seu assassino."

-"Ferido no joelho, ele perdeu a cabeça."

-"Os antigos prisioneiros terão a alegria de se reencontrar para lembrar os anos de sofrimento."

-"A polícia e a justiça são duas mãos do mesmo braço."

-"O acidente fez um total de um morto e três desaparecidos. Teme-se que não haja vítimas."

-"O acidente foi no tristemente célebre Rectângulo das Bermudas."

-"Este ano, as festas do 4 de Setembro coincidem exactamente com a data de 4 de Setembro, que é a data exacta, pois o 4 de Setembro é um domingo."

-"Quatro hectares de trigo foram queimados. A princípio trata-se de um incêndio."

-"O velho reformado, antes de apertar o pescoço da sua mulher até à morte, suicidou-se."

-"E agora que as cheias terminaram, o melhor a fazer é recuperar o que não se perdeu."

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Pós-modernismo

A estupidez generalizada, a falta de talento e imaginação, a leitura corriqueira de Nietzsche e Schopenhauer, a falta de comparência dos existencialistas/marxistas e dos freudianos envergonhados, tudo isto se junta para que certas pessoas tenham conseguido explorar ao máximo o lado depressivo da liberdade, desenvolver um certo niilismo efeminado e achar nisso uma grande conquista, eis o Pós-modernismo. E no entanto, ele é a cara do capitalismo. É justamente nos tempos em que mais arte se vende (música, filmes) graças a mecanismos de marketing e de produção em massa que o fantasma do pós-modernismo se tenta alojar nos vazios que a elite intelectual dominante deixa por preencher...Tal como o capitalismo cresceu conforme se lhe desse menos atenção, também o pós-modernismo foi a componente medíocre da cultura que se expandiu tanto quanto o desinteresse geral em relação à cultura lhe permitiu...

Sou eu o único a achar que se todos os valores são postos em causa e descobrimos que a nossa percepção da realidade é uma construção isso não implica a alteração radical das nossas acções e paixões nem o questionamento dos nossos hábitos mas sim uma nova abordagem dessas acções e hábitos, uma nova interpretação? Que a realidade não mudou e que nós não ficámos mais lúcidos só porque descobrimos que podemos estar enganados? Em vez de uma desistência perante a hipótese da significação temos agora uma aventura ainda maior pela frente na exploração das ideias. Temos um mundo para enfrentar sem ajuda de Deus ou de um chão moral e é esse perigo que devia tornar a vida ainda mais entusiasmante. É esse desafio que nos chama a ter uma atitude mais viril perante a vida. A solução pós-moderna é aceitar o abismo e deixar-se dissolver no tempo. É a rejeição da aventura, da estratégia, da conquista, da missão, do jogo da vida. É achar que a constatação de que a vida é mentira e ilusão e que os princípios morais são convencionais e circunstanciais constitui uma grande novidade. Pois é, a busca da verdade é um jogo perigoso e violento e é preciso tomates para tomar decisões e rumos, mesmo sabendo que tais decisões resultaram de construções mentais que podem muito bem não ter nada a ver com a realidade.

Omfg...

domingo, 3 de janeiro de 2010

A blogosfera...

...é o local onde está a maior manifestação de estupidez, argumentação baixa, pedantismo que se pode encontrar nos dias de hoje.

É onde se dá o maior número de provas de que a maioria dos seres humanos prefere perder tempo em vícios que nem sabe se gosta do que procurar ocupar o tempo a satisfazer-se sem ser à custa de ter os seus ridículos pensamentos a serem examinados por outras pessoas, de preferência desconhecidas, para poder, caso necessário, exercitar a sua imaginação em ataques pessoais sem perder os seus amigos.

Depois há as excepções: aqueles que julgam que são diferentes ou que fazem a diferença, mas que em todo o caso, têm o seu blog sempre às moscas.

A blogosfera é também o local onde se elabora o maior número de considerações generalistas e inúteis que é possível conceber :P

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Heráclito, o gajo que disse tudo

The name of the bow is life, but its work is death.

SOURCES-- Schol. in Iliad i. 49, fr. Cramer, A. P. iii. p. 122. Context:--For it seems that by the ancients the bow and life were synonymously called bios. So Heraclitus, the obscure, said, "The name of the bow is life, but its work is death."

Então, Freud, grande descoberta fizeste tu com o Para além do princípio do prazer...