quinta-feira, 29 de abril de 2010

Não...

...não foi o que Gordon Brown disse que o lixou. Foi mesmo o facto de terem feito disso notícia...

Acho hilariante como os jornalistas dizem coisas como: "viram o que ele disse. O que ele disse vai rever-se nas sondagens".

Não, fdx, o que os jornalistas seleccionam e contam é que vai eventualmente tramá-lo nas sondagens.

wtf

terça-feira, 27 de abril de 2010

Montesquieu

"A liberdade é um bem tão apreciado que cada qual quer ser dono até da alheia."

sábado, 24 de abril de 2010

Miguel de Unamuno

"Sonhar não é esperar"

"O horror ao trabalho dá trabalhos sem conta"

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Dicionário

M

Memória - A capacidade do ser humano que se desenvolve proporcionalmente à sua necessidade de mentir. O défice nesta capacidade, se não corrigido a tempo, pode levar a anomalias sociais como, por exemplo, honestidade. Pode mesmo, em casos extremos, chegar ao ponto de provocar no paciente um estado em que ele, ao invés de acumular histórias na cabeça, se limita a vivê-las.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

O amor para não-pirosos (ou não...)

O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p’ra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de *dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pr’a saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!


Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar…

Fernando Pessoa

sábado, 17 de abril de 2010

Falando como ateu...

...pregar o ateísmo usando o argumento de que Deus não pode existir por causa de certos males terríveis que ele não evita é tão estúpido e limitado (basta pensar que é precisamente desses males que nasce a necessidade do conceito consolador do Deus bom) é a mesma coisa que dizer que Deus não existe porque não é benevolente aos nossos olhos ou que uma determinada coisa não existe porque não é como a gente quer ou como os que acreditam dizem que é. Equivale a este raciocínio:

-Eu vi um veado azul.
-Não há veados azuis, portanto não viste nenhum veado.

E isto para não dizer que não se é ateu por ser "fixe". É-se porque não se consegue evitar. Faz parte de uma maneira de ser e pensar. Nada tem a ver com conhecimento, inteligência ou extra-racionalidade. Por muito que se escandalizem certos ateus com os males da religião, o facto é que a inexistência de qualquer Deus ou não existência de tal ideia NÃO TRAZ QUALQUER VANTAGEM PARA A CIVILIZAÇÃO, só traz para o indivíduo e mesmo assim, só eventualmente. Pregar o ateísmo não traz vantagem para ninguém. Dá apenas uma breve sensação de um instante de liberdade, nada mais.

Se pensassem com menos nervosismo já tinham percebido que foi devido a uma confusão à volta do conceito de Logos que certas pessoas aproveitaram para dizer que a bíblia era a palavra de Deus mas que foi o próprio responsável por esse destaque do conceito de Logos, ou seja, Heraclito, quem disse que o "Logos universal" não era inteligível pelo ser humano e como tal, se Fílon de Alexandria, na sua tentativa de conciliação do judaísmo e do platonismo, usa a palavra Logos devia estar também aí implícito que esse Logos não pode ser aquele em que consiste o discurso da Bíblia (embora possa ser mencionado nela por São João evangelista) pois esta está escrita em linguagem humana.

Na frase de São João "no princípio era o verbo" a palavra verbo é a tradução do grego Logos. Ora ele diz que o mundo é criado de acordo com esse Logos. Ele chega mesmo a dizer "e o verbo estava com deus. e o verbo era Deus". Isto já Heraclito tinha dito ("tudo se passa de acordo com o Logos") mais de meio milénio antes. Só não tinha posto essa disposição temporal de "princípio" no conceito. Portanto, tal como Fílon colocou o conceito, assim São João o utilizou. Nada tem a ver com o discurso da Bíblia. A bíblia ser a palavra de Deus é uma questão que nem devia existir. Quando Paulo diz que as escrituras são escritas por inspiração divina isso acaba por ser redundante pois tudo o que dizemos pode ser resultado de inspiração divina, ou seja, trocado por miúdos, por uma percepção do Logos, mas tal como o que está escrito na bíblia, sai em linguagem humana. Mas como "tudo se passa de acordo com o Logos" nós podemos ir verificando se o que sai em linguagem humana é compatível com o que observamos na realidade que é regida pelo Logos, independentemente de não podermos conhecê-lo directamente.

Em suma, não vale a pena discutir um conceito que se define por ser indiscutível, tentar falar da inteligibilidade de uma coisa que tem como base não ser inteligível ou tentar comunicar dentro dos limites da linguagem algo que se declara como sendo ilimitado e exterior à linguagem.

Às vezes penso se não seria melhor eu ser agnóstico só para não ser associado a gente tão atrasada mental como certos ateus que conheço...

quarta-feira, 14 de abril de 2010

A "emancipação" sexual

Antes falava-se menos do sexo que se fazia. Hoje faz-se menos sexo do que aquele de que se fala.

domingo, 11 de abril de 2010

Definição do único tipo de ética que aceito:

Qualquer conjunto de regras, código ou valores que não necessita da participação das outras pessoas para que se possa cumprir.

Se eu tiver o princípio de não mentir não vou ficar à espera que as outras pessoas façam o mesmo para eu obedecer a esse princípio. Seria aí que começaria a "moral", ou seja, a necessidade de que os outros se comportassem de uma determinada maneira para eu me comportar da minha.

Se eu acredito que existe uma coisa chamada "bom senso" então não é ao "bom senso" dos outros que eu devo apelar mas ao meu. Por exemplo, se eu ler um livro de um neonazi, o mais normal seria eu descarregar o meu incómodo pela leitura na condenação do escritor pela sua, pensaria eu, falta de bom senso. Mas o facto é que ele ter ou não bom senso é um problema dele. É com aquilo que eu vou fazer com o que leio que devo estar preocupado. Nesse sentido é a mim que devo responsabilizar pelo que fizer com a ideias do autor, não ao autor. Tal procura de bode expiatório é que muita gente faz com escritores como Marx, Nietzsche e Maquiavel que, pela sua popularidade, são citados a tordo e a direito em contextos políticos.

Isto pode parecer simples demais para precisar de ser dito mas eu acho que esta é, na prática, a principal distinção entre ética e moral.

Para além do mais, a ética beneficia da experiência. Tal como o guerreiro que se torna mais forte quanto mais anda à porrada, também os códigos se tornam mais úteis quanto mais forem confrontados com a vida. Ao contrário da moral que busca uma cristalização dos códigos, a ética admite evolução e fortalecimento.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

...





"webhead57 My faviorite part is when he goes, "HRAAAGGHHH!!!!""

terça-feira, 6 de abril de 2010

Hoje em dia rimo-nos

"Pela decisão dos anjos e julgamento dos santos, excomungamos, expulsamos, execramos e maldizemos Baruch de Espinosa... Maldito seja de dia e maldito seja de noite; maldito seja quando se deita e maldito seja quando se levanta; maldito seja quando sai, maldito seja quando regressa... Ordenamos que ninguém mantenha com ele comunicação oral ou escrita, que ninguém lhe preste favor algum, que ninguém permaneça com ele sob o mesmo tecto ou a menos de quatro jardas, que ninguém leia algo escrito ou transcrito por ele."

Parte do documento de excomunhão de Baruch de Espinosa (1632 - 1677) da comunidade judaica de Amsterdão, emitido em 27 de julho de 1656

Foram-lhe oferecidos cargos dos mais variados, desde professor nas universidades mais importantes e até mesmo ministro, ele recusou para evitar que o trabalho dele fosse influenciado por outros. Luís XIV ainda lhe ofereceu uma pensão na condição dele lhe dedicar uma obra. Espinoza recusou também.
O professor de Espinoza, Franciscus van den Enden foi enforcado em 1674, acusado de conspirar contra Luís XIV. Três anos depois, Espinoza morre pobre e tuberculoso.

Pior ainda, foi para o filósofo português Uriel da Costa (1585 – 1640), outro judeu que, por ter posto em causa as interpretações do velho testamento feitas pelos rabis e ter posto em causa a imortalidade da alma, foi também excomungado, condenado a levar 39 chicotadas na sinagoga portuguesa e banido da sociedade, vivendo os últimos sete anos da sua vida abandonado pelos amigos e família até se suicidar com um tiro na cabeça.

Esta tive mesmo de ir ver

Metallica, Nietzsche and Marx: The immorality of Morality

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Mais um reducionismo

Há dois tipos de pessoas:

Aqueles que depois de estarem algum tempo sozinhos com os seus pensamentos, começam a ver fantasmas e inimigos no ar e quando se reencontram com as outras pessoas, gostam menos delas porque ficaram mais desconfiados. São as mentes fracas. Vivem no declínio. A solidão magoa-as. Precisam de crenças para negar o mundo de que têm medo.

Depois há aqueles que depois de estarem sós, já lidam um pouco melhor com o mundo do que até então o tinham feito e quando se reencontram com as outras pessoas, gostam mais delas porque as entendem melhor. Estas são as mentes fortes. Vivem em ascensão. Não precisam de crenças. Só precisam da sua solidão para desejarem o mundo.

Os dois caminhos possíveis do ocidente

O declínio:

Filosofia - Questionar as ideias sobre a vida.

Lógica - Descobrir a utilidade de organizar ideias segundo uma determinada ordem

Metafísica e religião - Usar-se da lógica para questionar o valor da vida e inventar coisas transcendentes a ela. Procurar a conciliação entre verdade e felicidade.

Amor cristão- Não aguentar o relativismo e oscilação da vida e inventar uma alma pura e impenetrável que iguala todos os seres humanos.

Ascese pós-modernista - Descobrir que essa alma e identidade não existe. Cair na armadilha do cristianismo que fazia a vida depender disso, sentindo-se obrigado a negar a realidade em bloco, constituindo uma ideia que contraria o seu próprio relativismo.


A ascensão:

Filosofia - Questionar as ideias sobre a vida.

Lógica - Descobrir a utilidade de organizar ideias segundo uma determinada ordem.

Física - Usar a lógica para criar ideias de modo a servir a vida. Não ver no conceito de verdade a felicidade mas sim, apenas uma necessidade.

Amor fati - Amar o relativismo e oscilação da vida. Fazer arte e poesia sobre os impossíveis, em vez de sistemas filosóficos intoxicados pela culpa e vontade de redenção de uma alma separada de tudo o que se vê e sente.

Espinoza - Viver em máxima potência. Não viver arrependido de ter nascido nem ter vergonha de ser feliz.

sábado, 3 de abril de 2010

Soneto Inglês

Confesso que tenho muitas vezes
Medo de me deixar embriagar
Deixar de ver em mim um transbordar
Com que preencho o vazio dos meses

P´ra sempre aquele sonho desperto...
Onde sinto que acreditar escolho
Ter eu mais que o turvo olho
Para agarrar sem medo o incerto

Se sou só molécula de sentir
Perdida onde nada se procura
Se nas trevas não vejo tortura
Qual é a coragem de existir?


............................
.......................


Mas para o soneto ser inglês
Falta o dístico, que estupidez

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Cruz e Sousa




"A Caveira


Olhos que foram olhos, dois buracos
Agora, fundos, no ondular da poeira...
Nem negros, nem azuis e nem opacos.
Caveira!

Nariz de linhas, correcções audazes
De expressão aquilina e feiticeira,
Onde os olfactos virginais, falazes?!
Caveira! Caveira!!

Boca de dentes límpidos e finos,
De curva leve, original, ligeira,
Que é feito dos teus risos cristalinos?!
Caveira! Caveira!! Caveira!!!"

Proponho o seguinte

A criação de uma comissão para discutir e avaliar as várias formas de gastar os 3,3 milhões que António Mexia ganhou.
É que o gajo nem deve saber por onde começar. Eu, sinceramente, ficava desorientado. Tudo só para um gajo...

Primeiro passo - recolher várias propostas. E não basta coisas como putas ou banquetes para os amigos. Têm que dar os pormenores, os restaurantes, os locais, etc.

Bom trabalho.

Claro que eu estou a contar que ele não cometa a aleivosia de deixar uma parte pós filhos (escolas recomendadas e outros vícios que os ricos têm) ou pá mulher gastar em sapatos. Não sei, não o conheço mas cá estou para o ajudar.