...cheguei à estação do metro e estava um gajo que não conseguia esticar um dos braços e não conseguia dobrar o outro e enquanto tentava combater esta limitação, cambaleava, acabando por vir embater contra mim e quase me mandando para a linha. Ele não pediu desculpa ou se calhar tentou, não percebi. Fiquei impressionado que ele estivesse sozinho dentro do metro, aparentemente conseguia fazer tudo sozinho sem ajuda ou então alguém o meteu lá dentro e ele ainda não conseguiu sair. Bom, logo a seguir, quando me sentei, estava um gajo em frente a um anúncio de um filme. Não sei se era metrossexual, transsexual, gay ou straight ou uma mistura de todas estas hipóteses ou outra alternativa que me tenha esquecido de enunciar. Que fazia ele? Pelo que consegui perceber degladiava-se com o seu próprio cabelo e com a sua própria imagem mal reflectida no plástico protector dos cartazes rotativos. O metro estava demorado. Contei, no mínimo, 10 minutos que o gajo ficou ali a ajeitar o cabelo de uma forma obsessiva e acelerando os gestos à medida que os minutos passavam. Durante todo o processo, ia-se contorcendo energicamente, conforme o anúncio por detrás do plástico protector mudava e alterava a forma como se iluminava o seu reflexo. Não, não havia uma pessoa que não estivesse a olhar para ele. A partir do oitavo minuto a mistura de trejeitos efeminados e tentativas de alisar o cabelo e acertar a sua risca e as ondulações atingiu uma tal velocidade que parecia que ele ia pegar fogo como um fósforo gigante. Entretanto, de uma das pontas da estação ouvia-se um velho a gritar em alto som: «mas tu não eras do porto?!» e da zona de onde vinha o som apareceu quem? Eu não estou a gozar: o emplastro! E devo dizer que ele está gordo.
Sinceramente não sei o que é que se passava ali mas a verdade é que quando o metro chegou e me sentei lá dentro estava um vagabundo à minha frente, sentado, com a roupa toda carcomida, uma barba que lhe dava pelo umbigo, a cheirar mal como tudo e com uma mochila cor-de-rosa onde parecia não haver espaço para levar absolutamente nada. Que fazia ele? Estava a ler o jornal. E não era o jornal do metro, era o Expresso. Olhei com mais atenção: estava na secção de economia...
WTF!!!!!!
A batalha dos Deuses – O jogo
Há 2 meses
Fez-me lembrar uma história antiga que postei no meu blog:
ResponderEliminarhttp://aultimapergunta.blogspot.com/2007/12/o-piropo.html
Mas não há nada que me tenha acontecido que bata o surrealismo desta, que é bem real, no entanto:
http://aultimapergunta.blogspot.com/2008/05/quando-realidade-mais-estranha-do-que.html
abraço, parabéns pelo blog.